poema
(Falta uma citação de Séneca)
Ai que prazer A
Não cumprir um dever. A
Ter um livro para ler A
E não o fazer! A
Ler é maçada, B
Estudar é nada. B
O sol doira sem literatura. C
O rio corre bem ou mal, D
Sem edição original. D
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal D
Como tem tempo, não tem pressa… E
Livros são papéis pintados com tinta. F
Estudar é uma coisa em que está indistinta F
A distinção entre nada e coisa nenhuma. G
Quanto melhor é quando há bruma. G
Esperar por D.Sebastião, H
Quer venha ou não! H
Grande é a poesia, a bondade e as danças… I
Mas o melhor do mundo são as crianças, I
Flores, música, o luar, e o sol que peca J
Só quando, em vez de criar, seca. J
E mais do que isto L
É Jesus Cristo, L
Que não sabia nada de finanças, I
Nem consta que tivesse biblioteca… J
ANÁLISE EXTERNA
» Constituído por 25 versos e 5 estrofes (1ª estrofe= 11 versos / 2ª estrofe= 3 versos / 3ª estrofe= 3 versos / 4ª estrofe= 4 versos / 5ª estrofe= 4 versos).
ANÁLISE INTERNA
» Tema: Liberdade humana
» Parece ser um poema divertido acerca da liberdade (v.1/2) e também parece ser uma critica á sociedade (v.20/21)
» Mas Fernando Pessoa fez este poema com uma grande dose de ironia, não se percebe logo á primeira leitura que tem um lado mais confuso. A frase que está entre parenteses ajuda-nos a perceber melhor.
» Séneca foi um filósofo do Séc. I - tinha como preocupação a ética
Dizia: “o cumprimento do dever era um serviço á humanidade".
Para ele o destino estava predestinado, o homem pode apenas aceitá-lo ou rejeitá-lo, mas apenas a aceitação lhe pode trazer a liberdade.
Liberdade
(Falta uma citação de Séneca)
Ai que prazer
Não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
Como tem tempo, não tem pressa…
Livros