Poder e cultura: subsídios relevantes na formação do desenvolvimento corporal
Jonielson Ferreira da Costa*
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo central fazer uma abordagem acerca da relação que se estabelece entre o poder e a cultura para um considerável desenvolvimento corporal, partindo do pressuposto que de acordo com os estudos de Foucault e Bourdieu, que no referido desenvolvimento, tanto o poder quanto a cultura devem ser entendidos não só como uma ideia ou ainda como uma identidade teórica, mas como exercício, como prática, que só existe na sua concretude, multifacetado e no cotidiano. O poder e a cultura não atuam no exterior, mas trabalha o corpo dos homens, manipula seus elementos, produz seu comportamento, enfim, fabrica o tipo de homem necessário ao funcionamento e manutenção da sociedade industrial capitalista. O corpo só se torna força de trabalho quando manipulado pelo sistema político de dominação, característico do poder disciplinar. A cultura dinamiza o esporte enquanto reprodução cultural, embasado em Bourdieu, que observa o campo da prática esportiva como um campo de luta simbólica pela legitimidade/monopólio, seja entre o amador x profissional, esporte distintivo (da elite) x esporte popular, esporte participativo x esporte espetáculo; a prática esportiva, portanto, é vista como parte do processo de reprodução das diferenças de classe.
Palavras-chaves: Foucault. Bourdieu. Poder. Cultura.
INTRODUÇÃO
De acordo com Foucault o poder não é algo que se restringe a colocar limites, impor proibições, oprimir cidadãos e exigir-lhes obediência. À representação herdada do direito, imagem que configura como lei, trata-se de opor a ideia de um poder nem jurídico nem discursivo, mas proliferador gerativo, ou seja, há uma concepção negativa de poder, pois este exclui, censura, mascara. Mas, Foucault se opõe, com esta concepção que privilegia o seu aspecto “positivo” que induz, incita, produz.