Poder, força, estado
Poder, Força e Estado
Paulo Roberto Pedrozo Rocha
“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita.”
A citação que está em epígrafe marca a abertura da segunda parte da obra do filósofo inglês Thomas Hobbes de Malmesbury (1588-1679) intitulada “Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil”, publicada em 1651 na Inglaterra e que se tornou um dos livros mais célebres e importantes para a definição do Estado Moderno e de suas formas de poder e atuação. A vida política remonta as origens do ser humano na Terra. Desde os registros mais elementares da sociedade, referindo-se às formas mais primitivas de articulação social , encontra-se referência ao poder político. Claro que as formas de organização desse poder, quase sempre denominadas Estado como veremos a seguir, são variadas dependendo da época em que se desenvolveram. De qualquer forma, vale assinalar que na gênese da idéia de Estado e/ou Política, está a idéia de poder. Em razão do assinalado acima, vale uma distinção do que é poder. Por definição, Poder (do latim potere) é o direito de deliberar, agir e mandar. Ter a faculdade ou a possibilidade de algo, de exercer a autoridade, a soberania, ou o império de dada circunstância. Ter o domínio, a influência ou a força. Deter o direito de posse ou de jurisdição. Possuir os recursos e meios. É ter a capacidade ou a aptidão para algo. Poder é ainda o exercício do governo de um Estado. A Sociologia geralmente define poder como a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira. Os políticos consideram poder como a capacidade de impor sem alternativa para a desobediência. O poder político, quando reconhecido