Pobreza
Crianças são reféns da pobreza e desigualdades sociais nas grandes cidades
Desde a Idade Média, o conceito de progresso esteve associado às cidades, enquanto a pobreza aparecia mais ligada ao meio rural. As fomes na África reforçaram essa ideia, mas o processo desmedido de urbanização e o aumento das desigualdades sociais estão criando graves problemas de acesso à educação, aos serviços de saúde, de abastecimento de água ou a uma moradia digna nas cidades. Por isso o relatório anual da Unicef de 2012 se concentrou na situação da infância em um mundo cada vez mais urbano.
Mais da metade da população mundial já habita cidades grandes e pequenas, e em 2050 sete em cada dez pessoas viverão nessas aglomerações. A maior parte desse crescimento urbano ocorre na Ásia e na África, enquanto o peso das cidades europeias é cada vez menor.
Um bilhão de crianças já vivem em cidades. Mas é nessas grandes e novas urbes que ocorrem as maiores disparidades nos índices de sobrevivência, estado nutricional, educação e oportunidades para os menores de idade. As previsões de crescimento da população indicam que em 2020 cerca de um terço da população urbana do mundo viverá em situações de precariedade, e no continente africano essa proporção será superior a 60%.
"A exclusão que sofrem as crianças dos assentamentos precários não só as priva da oportunidade de desenvolver todo o seu potencial ", afirma Anthony Lake, diretor executivo da Unicef. As condições de superpopulação e insalubridade em bairros marginais facilitam a transmissão de doenças, especialmente pneumonia e diarreia, que são as duas principais causas de morte entre menores de 5 anos.
Apesar dos avanços na medicina e das metas de redução da mortalidade infantil, quase 8 milhões de crianças morreram em 2010 antes de completar 5 anos. Os surtos de sarampo, tuberculose e outras doenças continuam castigando a população devido aos baixos níveis de imunização.
O relatório da Unicef indica que