Pobreza Luxuosa
Pobreza Luxuosa
É assustador o sentimento de culpa e curiosidade mórbida dos turistas em "conhecer" de perto a pobreza. Um país que se vangloria em sediar em 2014 uma Copa do Mundo, mesmo diante de sérios problemas de infraestrutura, saneamento básico, segurança e principalmente educação.
Lembro-me de no começo do ano de 2013 ler uma matéria no jornal de grande circulação, O Globo noticiava através de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas que mais da metade dos turistas desejavam conhecer as favelas do Rio, ou seja, propagação do turismo de miséria. O mais espantoso é que a pesquisa apontava que mais da metade desses turistas eram brasileiros, o índice foi de 58,2%, entre os brasileiros, e 51,3%, entre os estrangeiros.
Ontem o mesmo jornal mostrava que tal estapafúrdia não é vista apenas no Brasil, estampada com uma foto da cidade de Gotemburgo na Suécia, onde existem mais de 3000 sem-teto, companhias de viagens alugam locais onde eles dormem, como o da imagem, para turistas interessados em conhecer o cotidiano dos moradores de rua.
A mesma matéria indicava outros lugares com "maravilhosos" ratinhos (humanos) de laboratórios e locais perfeitos para os ricos terem experiências de pobre, sendo eles:
Bloemfontein, África do Sul - Diária em favela cinco estrelas - US$ 82
Hidalgo, México - Tour para ‘entrar nos EUA’ como imigrante ilegal - US$ 19.
Jacarta, Indonésia - Hospedagem num povoado em época de inundações - US$ 10.
Amsterdã, Holanda - visita guiada por um morador de rua - US$ 16 por pessoa.
São Francisco, Califórnia - Passeio por bairro perigoso ao lado de sem-teto - US$ 20.
Interessante que os pacotes incluem facilidades que não lhe permitem esquecer sua verdadeira origem e/ou realidade, pois os turistas podem optar por continuar com seus