Platãp
1. Virtuosismo platônico e socratismo
Platão (427-347 a.c.), discípulo mais notável de Sócrates e o fundador da Academia, por meio dos seus diálogos Fedros e República desenvolve os pressupostos elementares de pensamento socrático: a virtude é conhecimento e o vício existe em função da ignorância. Ao raciocínio socrático somam-se as influências egípcia e pitagórica o que torna o seu pensamento peculiar. Em sua exposição do problema ético está o entrelaçamento das preocupações gnosiológicas (teoria do conhecimento), psicológicas, metafísicas e éticas. Todo o sistema filosófico platônico é decorrência de pressupostos transcendentes, quais a alma e a sua preexistência. Platão, diferente de Sócrates, distancia-se da política. Enquanto Sócrates ensinava nas ruas da cidade, Platão decepcionado com o governo ensinava num lugar apartado, afastado das corrupções, a Academia. Sócrates via na prudência a virtude de caráter fundamental para o alcance da harmonia social. Ela estava incorporada ao seu método de ensinar e ditar idéias, com vistas à realização de uma educação cidadã. A ciência só é possível do que é certo, eterno e imutável. Somente as idéias são, para Platão, certas, eternas e imutáveis, tendo-se em vista que tudo o mais que se conhece é incerto, perecível e mutável. A alma, para Platão, deriva da contemplação das idéias perfeitas e imutáveis. Assim é que a opinião não é ciência, é algo entre o ser e o não ser, uma vez que não se estabelece, por meio desta, as bases de um conhecimento sólido e sustentável, permanecendo-se na inconstância da aparência, na fluidez insólita do relativo e particular.
2. Virtude e vício: ordem e desordem
Cada parte da alma humana exerce uma função, e estas funções delimitadas, sincronizadas e direcionadas para seus fins são a causa da ordem e da coordenação das atividades humanas. Assim, as diversas faculdades humanas estão dotadas de