Platão
12 de agosto de 2007
Arthur Virmond de Lacerda Neto Platão nasceu na Grécia, em 427 antes de Cristo, viveu oitenta anos e escreveu inúmeras obras, sob forma dialogada, em que Sócrates corresponde, geralmente, ao principal interlocutor. No diálogo “O banquete”, Platão trata do amor, mediante os diálogos dos partícipes de uma ceia, que intervém sucessivamente, cada qual expondo a sua teoria a respeito. Assim, manifestam-se (pela ordem) Faidros, Pausânias, Erixímacos, Aristófanes, Agatão (o anfitrião), Sócrates e Alcebíades. Resenho aqui os argumentos dos intervenientes relativos à homossexualidade, desiderato para o qual servi-me da tradução publicada em 1952, pela Companhia Espasa-Calpe, de Buenos Aires, na Coleção Austral. Há inúmeras traduções em português, publicadas no Brasil, pelo que, o leitor interessado facilmente acederá ao texto original. A antigüidade grega, a que pertenceu Platão, caracterizava-se pelo politeísmo, crença em inúmeros deuses, a cada um atribuindo-se a responsabilidade por certos fenômenos, como o deus Amor, responsável pelo sentimento de afeição entre as pessoas; assinalava-se, ainda, pela bissexualidade masculina, em que aceitavam-se as relações sexuais de homens com mulheres e com homens, e pela pederastia, relacionamento entre o erastes e o erômenos: aquele, mais velho de 25 anos, procurava um moço de entre 12 e 15 anos (o erômenos), a quem, sob a aprovação dos respectivos pais, servia de amigo e educador até os seus 18 anos, quando a relação passava a ser de amizade, exclusivamente, sem conteúdo sexual que, de resto, não compreendia penetração anal e sim o coito interfemural (fricção do pênis entre as coxas, junto da genitália). A assim chamada homossexualidade grega encarnava