Platão

4871 palavras 20 páginas
No Livro nove, Sócrates explica a razão pela qual no governo tirânico, injusto, não pode haver felicidade. Inicia com o argumento de que, num tal regime, os cidadãos desenvolvem sentimentos sempre contrários à lei. Estes sentimentos se manifestam, sobretudo, nos sonhos. Para o tirano, o que importa é a satizfação de seus apetites. A este estado, Sócrates contrapõe o Estado Ideal, este sim, promotor da perfeita felicidade. Passa então, à prova da infelicidade do homem tirânico. Na primeira prova, compara a tirania com o Estado ideal: o regime tirânico e o homem que o representa é escravo do medo e das lamentações, por isso é sumamente infeliz; já no Estado ideal, vive o homem real, ao contrário do tirano, goza da máxima felicidade, por ser membro de um regime proporcional ao seu grau de perfeição. Na segunda prova, faz uma relação entre três tipos de prazer e sua correspondência com as três partes da alma.
O Livro dez retorna à discussão sobre a influência da poesia e da imitação na formação do cidadão. Desta vez, Sócrates é ainda mais enfático sobre a necessidade de que sejam abolidas da cidade ideal tanto a poesia, quanto a imitação da arte. Inicia com uma densa reflexão filosófica onde distingue entre as ideias, os objetos sensíveis e os objetos da arte. Para Sócrates, o poeta e o pintor imitam os objetos sensíveis, ou seja, a aparência dos verdadeiros objetos, os inteligíveis. Por isso, estão três graus distantes da Verdade, pois o imitador não possui nem ciência, nem opinião sobre aquilo que imita. Quanto à arte, esta gera ilusão, excitando às paixões e partes inferiores da alma, como por exemplo, é demonstrado nos efeitos negativos da poesia trágica e cômica. Assim, não há espaço nesta cidade para Omero e outros poetas. Passa-se, então, para outra discussão, referente às recompensas asseguradas ao homem virtuoso após sua morte. Com isto, Sócrates toca no tema da imortalidade da alma. Diante da solicitação para que explique sobre a questão, apresenta o mito de

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