Platão
Platão nasceu em Atenas justo no ano em que morreu Péricles (429 a.C.), o mais perfeito representante da civilização helênica que deixava, todavia, um futuro sombrio: Atenas nas mãos de demagogos provocadores de tumultos e Esparta já pronta por mar e terra para dominar Atenas, sem contar com o desejo do rei de Pérsia, de subjugar todo o território. Por isso a mocidade de Platão não foi pacífica, chegando até a ver Esparta invadir e dominar Atenas. Nessa época ele tinha 25 anos e sofria terrivelmente quando viu as muralhas construídas por Temístocles serem desmanteladas. Apesar disso Platão, embora jovem, não perdeu a calma e o raciocínio. Quem o observava, jurava que havia um pacto entre tanta dor sofrida e a eternidade: parecia que seu espírito contemplava a harmonia do além. Quem o conheceu de perto nos garante que jamais Platão perdeu a paz de espírito e a harmonia do divino. Apesar de ser de família rica e nobre, apesar de sua mãe ser parente de Sólon e seu pai descender do rei Codro, Platão sempre manteve a simplicidade, a humildade e a serenidade de quem sabe ter um parentesco com o Eterno. Foi nessas condições psicológicas que aos 27 anos de idade encontrou Sócrates, que conversava com os jovens no jardim da Academia. E se encontrou com Sócrates muitas vezes, atraído pelo tom simples de suas explicações e pelo tom divino de suas condições; sobretudo ficou impressionado pelo fato de Sócrates perguntar a cada um com quem conversava, que justificasse o que estava dizendo. Sobretudo Sócrates, em sua aparente ignorância, desmantelava os muitos sofistas que enganavam os jovens, dando razão a uns e outros induzindo ao deboche, à intriga e ao relativismo universal. Vendo como Sócrates obrigava os sofistas a confessarem que nada sabiam daquilo que estavam falando, Platão ficou