Platao
A obra em que essa síntese encontra sua melhor elaboração é a República. A questão central do diálogo pode ser formulada assim: ”Como devemos viver?”, e todo ele é dedicado a uma grande discussão em torno da “justiça” (diké) ou “da vida justa” que, para os gregos, equivale a vida moral. O problema para Platão consiste em fundar a moral sobre bases objetivas e racionais, na medida em que a moralidade pré-racional, fundada no costume, na religião e na observância dos preceitos tradicionais entrou em decadência e já não é mais suficiente para regular a vida dos indivíduos, em particular e, da polis em geral.
Diante da valorização crescente das próprias inclinações naturais e de uma demanda maior por “democracia” e “participação”, Platão pretende construir uma ética de controle de determinadas tendências, em vistas de um “bem superior” que, todavia, só poderia ser desvendado pelas classes mais favorecidas. Para que essa ética seja aceita, torna-se indispensável provar que ela é melhor, que é mais vantajosa para o homem. Dessa forma é, igualmente, preciso demonstrar que há uma determinada maneira de se comportar que é