Plataformas Propulsoras De Arte
2725 palavras
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Cinema. Contextualização. Esquecendo as conceções do cinema enquanto objecto de estudo dos dias de hoje, o seu nascimento não foi enquanto arte nem indústria. Maravilhados pela sucessão de imagens em movimento, os primórdios cinema remontam a uma mera curiosidade científica, quando a Dezembro de 1895 os irmãos Lumière exibiram em Paris o seu primeiro projecto. “A Saída dos Operários da Fábrica” e “A Chegada de um Comboio” retratavam as cenas do quotidiano que se viram subitamente envoltas em interesse, imortalizadas no ainda não tão grande ecrã. Com o cinematógrafo a alcançar visibilidade e um crescente interesse na área em expansão, o potencial económico foi destapado e no ano seguinte o primeiro estúdio do mundo, que viria a ser um império internacional, já estava fundado - o Pathé. Com o objectivo de saciar um mercado crescente produtos foram surgindo, desenvolvendo uma indústria onde os responsáveis pioneiros ainda não se auto-intitulavam como autores ou artistas.
Com produções cada vez mais complexas e ambiciosas, o experimentalismo cruzou a linha e avançou as fronteiras. De Méliès, a Griffith, Lang e Eisenstein, a revolução que estava para vir começou a fazer-se sentir. Novas técnicas cinematográficas surgiram. Uma montagem mais complexa e dinâmica veio substituir uma anterior insípida e a própria linguagem cinematográfica estabeleceu movimentos claramente distintos, libertando o mote para o aparecimento das primeiras personalidades célebres da área, almejando prestígio como artistas. A fundação da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood, em 1927, abriu definitivamente o caminho para a construção do cinema como Sétima Arte, criando um prémio que viria a ser o futuro Oscar. Ironicamente, em 1929 nos Estados Unidos da América entrou em vigor o Código Hays. Esta censura moralizante teimava em controlar como os filmes eram feitos e o que neles poderia aparecer, procurando evitar possíveis