Plastico Biodegradavel a base camarao
Novo produto ecológico reaproveita sobras de cascas desses crustáceos e demora muito menos tempo para se decompor na natureza, além de contribuir para aumentar a fertilidade dos solos.
O plástico foi um componente fundamental para o desenvolvimento da sociedade moderna e tornou a vida mais prática. Sua durabilidade e resistência, no entanto, se tornam um problema no momento do descarte, pois ele pode permanecer por séculos na natureza. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo tipo de plástico, feito a partir de cascas de camarão, que, além de se decompor em apenas alguns meses, auxilia no crescimento de plantas.
O plástico, na verdade, foi produzido com base em quitina, o segundo maior componente orgânico existente na natureza, depois da celulose. O composto está presente em cascas de crustáceos, em asas de borboletas e em exoesqueletos de insetos.
O bioengenheiro Javier Fernandez, um dos participantes do estudo, explica que a escolha dos camarões como fonte de matéria-prima para o novo produto se deve ao desperdício registrado nas fábricas de processamento do animal para a produção de alimentos. “Uma quantidade enorme de camarões é processada todos os dias e as cascas, ricas em quitina, vão para o lixo, desperdiçadas”, conta.
O novo material foi desenvolvido em duas versões: a primeira, mais barata, é feita somente com quitina; e a segunda, mais cara e resistente, adiciona uma proteína da seda à mistura, a fibroína. “A primeira versão pode ser usada para produzir objetos simples, como copos, e a segunda tem propriedades mecânicas similares às do alumínio, então pode ser aplicada em áreas mais específicas, como a medicina”, diz Fernandez. “O material, além de forte, é muito biocompatível, o que abre muitas possibilidades de uso, como a correção da abertura de hérnias ou de tendões danificados.” Benefício ambiental
O novo plástico representa um enorme ganho