Plantio de soja em área de renovação com palha residual de colheita mecanizada de cana crua.
Gustavo de Almeida Nogueira
1. INTRODUÇÃO
As pesquisas concernentes às práticas de plantio direto foram iniciadas na Estação Experimental de Rothamsted (In¬glaterra), em 1940, e, em Michigan (USA), por volta de 1946, sendo, no entanto, testadas em lavouras comerciais de mi¬lho somente no ano de 1965. Os resultados satisfatórios obti¬dos favoreceram a evolução e aprimoramento desse novo sistema de implantação de culturas. No Brasil, os estudos sobre esta modalidade de implantação de cultura, tiveram início em lavouras de trigo e de soja na região de Londrina, Estado do Paraná, em 1971, por iniciativa empreendida pelo Instituto de Pesquisa e Ex¬perimentação Agropecuária Meridional/ Ministério da Agri¬cultura (IPEAME/MA) e por agricultores como Herbert Bartz, Carlos Schiliper (Rolândia, PR) e, em seguida, Frank Dijikstra (Ponta Grossa, PR). E, dessa data em diante, a área cultivada sob plantio direto, expandiu-se acentuadamente, sendo que nos últimos anos estima-se ter alcançado um to¬tal de oito milhões de hectares. O sistema de plantio direto em São Paulo surgiu também no mesmo período que no Paraná e Rio Grande do Sul, porém só veio a se efetivar em meados da década de 90. Quando se fala em plantio direto, torna-se necessário definir o termo com precisão e clareza, no intuito de que todos consigam entender a mesma linguagem. Nesse sentido, define-se o plantio direto como sendo um sistema ou processo de semeadura em solo não lavrado, no qual a semente é inserida ao solo, utilizando equipamentos específicos, onde somente é aberto um sulco ou cova com largura e profundidade adequada, mantendo satisfatórias a cobertura e o contato da semente com a terra (MUZILLI, 1983). O sistema admite excepcionalmente cultivos mínimos leves objetivando uma descompactação superficial, desde que preserve a cobertura viva ou morta na superfície (CARDOSO, 1998). No caso da