planos de aula
Cantiga de mal dizer
Garcia López del Faro, direi-vos que m’agravece: que vosso don é mui caro e vosso don é rafece.
O vosso don é mui caro pera qu?-no á d’aver, o vosso don é rafeç’ a qu?-no á de vender.
Por caros teemos panos que ome pedir non ousa; e, poi-los tragen dous anos, rafeces son, por tal cousa.
O vosso don é mui caro pera qu?-no á d’aver, o vosso don é rafeç’ a qu?-no á de vender.
Esto nunca eu cuidara: que ua cousa senlheira podesse seer (tan) cara e rafeç’ en tal maneira.
O vosso don é mui caro pera qu?-no á d’aver, o vosso don é rafeç’ a qu?-no á de vender.
Cantiga de maldizer
Garcia López de Alfaro, sabei o que me aborrece: o que dais sai mui caro mas barato nos parece.
O que dais sai muito caro a quem o tiver de obter mas é barato o que dais se alguém o quiser vender.
Caros nos saem os panos que pedir-vos ninguém ousa mas por que os trazeis dois anos, barata parece a coisa.
O que dais sai muito caro a quem o tiver de obter mas é barato o que dais se alguém o quiser vender.
Com espanto se me depara numa só coisa o exemplo dela sair muito cara e barata ao mesmo tempo.
O que dais sai muito caro a quem o tiver de obter mas é barato o que dais se alguém o quiser vender.
(Pero da Ponte. In: Cantares dos trovadores galego-portugueses. Organização e adaptação da linguagem por Natália Correia. 3. ed. Lisboa: Estampa, 1998. p. 86-7.)