Plano Real X Inflação
A implantação do Plano Real fundamenta-se na ideia de que não existe política de crescimento sustentável sem uma estabilidade monetária. Paralelo a esse objetivo básico está o de controle inflacionário. Diferente de governos anteriores para alcançar esses intentos não foram utilizados métodos heterodoxos, tais como: congelamento total de preços e salários bem como políticas monetárias e fiscal passivas.
Para entender a meta desse plano, no que tange ao controle inflacionário, é necessário entender a origem desse problema, ou seja, a inflação a ser combatida é a inercial e não a de custo ou de demanda, posto que os agentes econômicos começaram atrelar a inflação anterior com a inflação futura, o que fez com que os preços se desligassem dos custos de produção e fossem definidos em expectativas inflacionárias.
O Plano Real se sustentou em três pilares: A abertura econômica, Base monetária rígida (juros altos) e a âncora cambial. Levando em consideração que em processos de inflação elevada os agentes econômicos procuram desfazer-se do dinheiro o mais rápido possível, o desafio primário desse plano seria a criação de uma nova moeda. Utilizando-se da âncora cambial, mais especificamente do atrelamento ao dólar, garantia-se que independentemente do que acontecesse à nova moeda, seu poder de compra seria mantido, permitindo apenas uma variação dentro do limite estabelecido pelo governo. Procurou-se manter uma taxa de câmbio valorizada, favorecendo as importações e desfavorecendo as exportações, aliada a uma considerável abertura econômica, o que permitiu criar condições de maior concorrência para as empresas nacionais. Tais atitudes fizeram com que as empresas brasileiras perdessem parte do mercado externo e também internamente, visto que as concorrentes estrangeiras conseguiam se estabelecer aqui com condições bastante vantajosas. A princípio essas ações parecem ter apenas efeitos