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Sustentabilidade em xeque
» RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA Presidente do Conselho de Administração do CiEE e do Conseiho Superior de Estudos Avançados (FIESP - IKSI
m que pese as críticas à efetividade das megaconferências sobre sustentabilidade, a simples realização de amplos fóruns mundiais é animadora por si só. Pelo menos, valem para medir a percepção da gravidade da questão ambiental pela comunidade internacional. Ainda estão acesos na memória os ecos da Rio+20, recém-concluído evento que reuniu 193 países, 50 mil visitantes, uma série de manifestações exóticas e outro tanto de propostas inexequíveis, ao custo estimado de 150 milhões de dólares. Avaliações posteriores evidenciam as posturas que se entrechocaram durante as sessões do encontro. Numa ponta da mesa, os pessimistas inveterados consideram pífias as caudalosas conclusões da Rio+20, consubstanciadas nos mais de 700 compromissos voluntários assumidos pelos participantes no documento O futuro que queremos. Na outra ponta, os otimistas de plantão, como Ban Ki-Moon, secretáriogeral da ONU, comemoram o que classificam de "grande sucesso". Visão mais serena, entretanto, parece indicar que a verdade está situada mais para o centro das análises. Se, novamente, uma cimeira sobre o clima termina sem resoluções concretas e efetivas para a defesa ambiental, o tema ganhou espaço e visibilidade na mídia, foi discutido nas escolas, examinado em conversas, analisado por especialistas, enfatizado em ambientes corporativos. Esse saldo deverá contribuir, pelo menos, para ampliar a conscientizacão, na sociedade, sobre a importância de mudar comportamentos e prioridades, traduzindo intenções em ações efetivas de preservação dos recursos naturais (finitos) ameaçados por uma população mundial que já bateu nos 7 bilhões de pessoas e continua a crescer—principalmente nos grandes bolsões de miséria onde subsistem milhões de vítimas de fome, doenças