Plano de Aula - Numerobol
Carlos Neto
Faculdade de Motricidade Humana
Universidade Técnica de Lisboa
Nas últimas décadas temos vindo a constactar grandes mudanças sociais, especialmente ao nível dos contextos de vida da criança ( mobilidade social, diversidade cultural, rotinas de vida, hábitos sedentários, densidade urbana, etc,). O objectivo desta comunicação centra-se na discussão dos problemas da cultura lúdica segundo uma perspectiva ecológica (Bronfenbrenner,
1979), considerando o tempo e espaço de jogo em função dos constrangimentos famíliares, escolares e comunitários. Cerca de 2000 questionários (Neto, 1994) sobre as rotinas de vida de crianças portuguesas, foram analizados sobre o tempo, espaço e actividade de jogo (na escola, em casa e outros contextos sociais). Muitas destas rotinas são discutidas em função da idade, estatuto social, e atitudes parentais. Os resultados demonstram uma realidade intrigante quanto: ao jogo e qualidade de vida (1); jogo espontâneo e contexto ecológico de acção (2); jogo e intervenção (3).
O jogo de actividade física e motora na criança e adolescente é um problema essencial das sociedades comtemporâneas ou pós-industriais nas quais o uso do espaço e equipamentos para o jogo e tempo livre deve ser reconsiderado de acordo com as mudanças e razões de mobilidade da população dos meios urbanos, aldeias ou vilas.
Estas mudanças têm implicações relevantes nos estilos de vida e naturalmente ao nível das oportunidades de jogo e actividade física. A composição familiar e os seus hábitos quotidianos transformaram-se dramáticamente e as adaptações individuais e sociais não seguiram provavelmente a melhor direcção. Este é um paradoxo óbvio: mais tempo disponível mas pouca ou nenhuma qualidade de vida para todos. Estratégias para um melhor aproveitamento do tempo livre necessitam de ser debatidas e implementadas. As soluções têm falhado provavelmente porque não consideram os contextos