Plano Cruzado
Resumo
A tentativa de decifrar a inflação brasileira – o diagnóstico da inflação inercial
Início da transição democrática em 1985: grave crise econômica com diagnóstico de causas impreciso e parcial.
A dívida era o aspecto mais aparente da crise econômica. Porém, muitos consideraram superada até mesmo a crise da dívida quando o Brasil, a partir de 1983, ajustou seu balanço de pagamentos.
Após dois ajustamentos com efeitos recessivos (1981 e 1983), o ajuste de fluxo das contas externas foi finalmente alcançado. A inflação, porém, ao invés de baixar, como esperava o governo, dadas as políticas ortodoxas (Os Ortodoxos em relação à política econômica, defendem a não intervenção do Estado na economia) adotadas sob orientação formal do FMI, subiu do patamar de 100% ao ano para 200% em 1983 apesar da forte recessão de então.
A inflação estabilizou-se inercialmente, nesse novo nível até o final de 1985.
A partir de 1984 o grande problema deixa de ser a balança comercial e o controle da inflação torna-se o centro das preocupações.
Os instrumentos ortodoxos de controle fiscal e política monetária não pareciam surtir os efeitos esperados.
Teoria da inflação inercial: uma interpretação alternativa do processo inflacionário, segundo a qual a solução do problema, embora difícil, não era tão custosa quanto a teoria ortodoxa apontava.
Grande influência do pensamento de Ignácio Rangel (economista):
A inflação tem origem em pontos de estrangulamento na oferta de certos bens em linha com o pensamento estruturalista;
Ênfase na inflação como um mecanismo de defesa da economia, ou seja, uma forma de moderar os ciclos econômicos e manter elevada a taxa de investimento;
O poder de monopólio das grandes empresas e, em particular dos grandes intermediários de bens agrícolas, era tal que, na recessão, o processo inflacionário era acelerado para acomodar suas demandas e impedir a diminuição de sua