Plano Bresser
CONTEXTO
O fracasso do Plano Cruzado faz a inflação voltar aceleradamente. São autorizados vários aumentos de preços e tarifas. O câmbio volta a ter correções. Contratos e aplicações financeiras também. Os salários só recebem o "gatilho" de 20% e acumulam como perdas o percentual superior. As contas externas estão muito ruins no começo de 1987 e alguns reescalonamentos da dívida externa são obtidos, mas a negociação é cada vez mais difícil em função da perda de credibilidade e da insolvência do país. Em fevereiro Sarney declara o país em "moratória técnica" e tenta reviver o clima nacionalista de poucos meses antes. Mas não há mais entusiasmo popular nem político.
O congelamento de preços é extinto e as mercadorias que estavam em falta retornam às prateleiras com novos preços. Nada lembra o Plano Cruzado. Em março João Sayad pede demissão. Os governadores do PMDB articuladores do "Centrão", Orestes Quércia (SP), Moreira Franco (RJ) e Newton Cardoso (MG), pedem mudanças no ministério e na política econômica.
Dilson Funaro, até há pouco tempo o nome mais popular do país, junto com Sarney, não resiste às pressões que vêm da presidência, dos governadores e de partidos, nem pode superar o desgaste popular que o fracasso do Cruzado lhe acarretara. Cai em abril.
Sarney tenta emplacar Tasso Jereissati, governador do Ceará, na pasta da Fazenda. Mas Ulysses ainda tem força suficiente para barrar seu nome e indicar Bresser Pereira, que assume em abril e dá início a uma correção larga e acelerada de preços, visando eliminar supostas defasagens para que um novo congelamento não fracassasse. Ele diagnostica que o Cruzado pegara alguns preços e contratos no contrapé e por isso sofreu pressões muito grandes para realizar correções: como elas não eram autorizadas, as mercadorias sumiram ou criaram-se ágios. A inflação bate seu recorde histórico no mês de maio: 23,26%.
No dia 12 de junho Bresser anuncia