Planificacao
Tornou-se um dos mais importantes intérpretes de Bach no século XX. Mas aos 26 sofreu um acidente que tirou os movimentos de três dedos na mão direita. Depois de muito esforço, voltou a tocar e chegou a gravar um disco apenas com a mão esquerda. Mas acabou tendo problemas com esta também e aos 62 anos teve que parar de tocar piano.
O que poderia ser um sofrimento se transformou numa oportunidade. Aos 64 anos, ele estreou como maestro, aliando seu talento para a música com a responsabilidade social. Hoje, a Fundação Bachiana, criada por ele, ensina música clássica a cerca de quatro mil crianças das periferias do Brasil. E João Carlos Martins não desiste. Depois de mais de uma década sem se apresentar tocando piano e apesar das sequelas que ainda tem nas mãos, ele volta a realizar um concerto com este instrumento no dia 27 de setembro na Sala São Paulo.
ES BRASIL: Como a música entrou na sua vida?
João Carlos Martins: Aos oito anos de idade eu tinha feito uma operação malsucedida no pescoço. Tive um pequeno tumor e tive que ficar um pouco recluso, então meu pai comprou um piano e começou minha vida estudando piano. Seis meses depois ganhei um concurso de piano tocando obras de Johann Sebastian Bach, em um concurso de nível nacional. Aos anos 13 comecei a carreira nacional e aos 18 a carreira internacional.
Como foi que perceberam que você tinha talento?
Um dos maiores pianistas do mudo da época, o suíço Alfred Cortot, me ouviu tocar quando tinha uns dez anos de idade e escreveu uma carta para o presidente da República, na época o Getúlio Vargas, falando que eu era uma pessoa que o governo devia ajudar. Acabei nunca recebendo nenhuma