Planeta Nemesis
Durante muitas décadas o enigma das Extinções em Massa — fenômenos que assolaram periodicamente o passado geológico terrestre, ceifando, num intervalo de tempo relativamente curto, a maior parte da fauna e da flora então existentes - intrigou várias gerações de cientistas e leigos. Há poucos anos, paleontólogos e geólogos sentiram-se forçados a recorrer a uma hipótese de caráter astrofísico para tentar desvendar o mistério: o Modelo da Estrela Companheira. Esta estrela foi prontamente batizada de Nêmesis, a Estrela da Morte.
O primeiro indício da existência de uma relação entre o mecanismo das extinções em massa e a astrofísica se deu com a descoberta de que um meteorito gigante ou cometa, com vários quilômetros de diâmetro, atingiu a Terra há 65.000.000 de anos, justamente na época em que os dinossauros se extinguiram.
O impacto de um astro dessas dimensões com o nosso mundo seria capaz de arremessar uma vasta quantidade de poeira até as camadas mais altas da atmosfera. O material permaneceria flutuando nessa região por vários meses, impedindo que os raios solares atingissem a superfície, e produzindo assim uma noite planetária de quase um ano de duração. Devido à ausência de luz solar e à queda brusca da temperatura abaixo do ponto de congelamento da água, as plantas clorofiladas morreriam. Sem os vegetais, pereceriam primeiro os animais herbívoros, e depois os carnívoros que desses se nutriam.
Uma catástrofe desta ordem de magnitude parece tema de domínio exclusivo da FC, mas a colisão devastadora foi realmente constatado através da descoberta, em vários pontos do planeta, de material de origem extraterrestre, caracterizado principalmente por uma superabundância em irídio e outros elementos pesados. Esse material extraterrestre foi submetido a uma onda de choque - somente explicável admitindo-se a ocorrência de um impacto violentíssimo - exatamente na camada geológica que define a fronteira entre o Cretáceo (último período da