Planejamento urbano do brasil
As transformações que as áreas urbanas e os espaços regionais vêm sofrendo com o processo contemporâneo conhecido como globalização, em que a compressão temporal e espacial dos processos sociais e a articulação quase sincrônica de fragmentos seletivos se impõe, integrando-os em escalas diversas, tem gerado uma multiplicidade de discursos sobre as cidades e os espaços regionais a elas articulados. Novamente, a grande maioria dos discursos tem surgido nos países capitalistas centrais, com destaque para os Estados
Unidos que constituem o referencial maior para as transformações e manifestações atuais.
Sua pertinência, aplicação e/ou eventual adaptação aos problemas que o capitalismo contemporâneo provoca no Brasil (e em outros países periféricos) dependerá também da forma como forem compreendidos pelos vários agentes da produção do espaço, tratados e elaborados nos discursos acadêmicos e eventualmente incorporados às políticas públicas.
Os discursos aqui brevemente apresentados e discutidos podem ser desdobrados em vários outros sub-discursos correlatos, tal como vêm sendo tratados por vários autores com nuances e variações que dizem respeito a especificidades de enfoques observados nos países centrais24. Entretanto, interessa-nos acima de tudo identificar grandes tendências no contexto mundial, como elas se manifestam no Brasil e quais seriam as adaptações necessárias à compreensão dos seus desdobramentos na periferia capitalista.
O discurso mais relevante, talvez, e certamente o mais generalizado, diz respeito ao processo de globalização que se apóia no sistema de cidades mundiais e globais. John
Friedmann talvez tenha sido o primeiro autor a tratar especificamente da cidade mundial como uma hipótese, dialogando com outros autores como Immanuel Wallerstein que, nos anos 70 construiu a hipótese de um sistema-mundo (Wallerstein, 1974), Andrew Gunder
Frank, Samir Amin, entre outros. De fato, François Perroux, em seu