planeamento
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A ESCOLA COMO CENARIO DE OPERAÇOES DIDACTICAS.
Miguel Zabalza, Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola, Ed. ASA, Porto, 1994
1 - O PROFESSOR COMO PLANIFICADOR
Após a análise anterior acerca do modelo pedagógico subjacente ao desenvolvimento de um projecto curricular inovador nos primeiros níveis do Ensino Básico, gostaria de apresentar algumas reflexões à volta do que poderíamos denominar " discurso didáctico " do ensino e, mais concretamente, acerca do professor como autêntico agente tradutor e filtrador, a nível de ensino, dos pressupostos e prescrições das planificações realizadas a nível superior, e como gestor do desenvolvimento real.
Do nosso ponto de vista, parece ter maior valor um currículo centrado na iniciativa da escola do que na do professor individual. A escola é a unidade social, funcional e organizativa de referência na programação. O professor é a unidade operativa. A escola, enquanto comunidade de pessoas, permite a génese de programações plurais e consensuais que superam o estreito marco de uma sala de aula, defrontando-se com um contexto mais amplo de condições de partida; que ultrapassam o individual para se centrarem num nível intermédio do colectivo em que, necessariamente, as particularidades dos sujeitos e grupos são reconhecidas. Isto supõe inegáveis vantagens na racionalização e continuidade do processo formativo dos su jeitos e permite, claramente, estabelecer melhor essa conexão, tão insistentemente proclamada, entre a escola e o território em que se insere. A escola é, pois, o espaço adequado (o palco de indiscutíveis jogos de interesses) para abordar o desenvolvimento da programação didáctica. A escola constitui o agente unitário do desenvolvimento curricular.
1.1 - A ESCOLA COMO INSTITUIÇAO INTERMEDIA
Se analisarmos a nossa situação, podemos observar que a escola, como instituição intermédia, exerce apenas um