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ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA
“ Argumentar é fornecer argumentos, ou seja razões, a favor ou contra uma determinada tese. Uma teoria da argumentação, na sua concepção moderna, (…) concebida como a arte de bem falar, ou seja, a arte de falar de modo a persuadir e a convencer. A prova demonstrativa diz respeito à verdade de uma conclusão ou, pelo menos, à sua relação necessária com as premissas. Em princípio, a lógica formal não se ocupa da adesão de qualquer coisa à verdade das proposições em vista. A prova é impessoal, e a sua validade não depende em nada da opinião: aquele que infere no seio de um dado sistema só pode aceitar o resultado das deduções. Em contrapartida, toda a argumentação é pessoal; dirige-se a indivíduos em relação aos quais ela se esforça por obter adesão, a qual é susceptível de ter uma intensidade variável. Enquanto um sistema dedutivo se apresenta como isolado de todo o contexto, uma argumentação é necessariamente situada. Para ser eficaz, esta exige um contacto entre sujeitos. É necessário que o orador (aquele que apresenta a argumentação oralmente ou por escrito) queira exercer mediante o seu discurso uma acção sobre o auditório, isto é, sobre o conjunto daqueles que se propõe influenciar. Por outro lado, é necessário que os auditores estejam dispostos a escutar, a sofrer a acção do orador, e isto a propósito de uma questão determinada. Querer persuadir um auditor significa, antes de mais, reconhecer-lhe as capacidades e as qualidades de um ser com o qual a comunicação é possível e, em seguida, renunciar a dar-lhes ordens que exprimam uma simples relação de força, mas sim procurar ganhar a sua adesão intelectual. Toda a argumentação visa a adesão do auditório. As razões para admitir ou rejeitar uma tese podem ser diversas. A verdade ou falsidade desta constituem unicamente um motivo de adesão ou de rejeição no meio de tantos outros: uma tese pode ser admitida ou afastada porque é ou