pirataria
Henrique Bighetti
Os séculos XVI, XVII e XVIII figuram como os anos de ouro da navegação europeia. Nessa época, a pirataria era uma das práticas mais rentáveis dos oceanos. Passados quase quinhentos anos, essa atividade parece ter sobrevivido ao teste do tempo. Com base em números da pesquisa TIC Domicílios, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluiu que dois em cada cinco brasileiros que baixam filmes ou músicas pela internet são “piratas”. Dos 34,7 milhões de internautas que fazem download na rede, 41% pratica a pirataria. Os motivos são os mais variados, os altos preços dos produtos originais e a facilidade de encontrá-los na rede sem custos e com a mesma qualidade, são as principais justificativas dos internautas. Segundo o Ipea, o objetivo da pesquisa é fomentar as discussões sobre projetos de lei relacionados à rede, como o Marco Civil da Internet, e a proposta de nova lei dos direitos autorais.
O estudo traça um perfil dos “piratas das redes”. Entre os internautas da classe A, 75% se abastece de conteúdo não original. Esse percentual vai subindo conforme cai a renda. Na classe B, esse número sobe para 80%, na classe C, 83% e 96% nas classes D e E. Em relação à distribuição espacial, os índices de pirataria são mais elevados no Nordeste (86%), seguido pelo Sudeste (82%), Sul (79%), Norte e Centro – Oeste (73%). Estes mesmos dados indicam também que a pirataria é mais intensa entre os usuários de 10 a 15 anos (91%), 16 a 24 anos (83%), 45 a 59 anos (82%), 35 a 44 anos (81%), e menos expressiva entre usuários de 60 anos em diante.
A escolaridade pode ser considerada um fator importante para estimular essa atividade. A pesquisa revela que a pirataria é maior entre aqueles com pouca escolaridade (92%), e menor entre os que possuem nível superior (77%). Os estudantes que não trabalham também apresentam números altos: 83% são piratas.
Ressalva
È importante destacar que as condições de acesso à internet