Pioneirismo português
A conquista e ocupação da América está ligada à expansão marítima e comercial européia.
Os europeus procuravam encontrar metais preciosos para fazer moedas, descobrir novas rotas de comércio, matérias-primas e produtos consumidos pelo mercado europeu. Portugal foi precursor das Grandes Navegações e dos descobrimentos. Alguns fatores explicam o pioneiro português:
• Formação precoce de uma monarquia centralizada graças à guerra de Reconquista, contra os muçulmanos;
• Localização geográfica favorável, no extremo sul da Europa, com fácil acesso para o Atlântico e para o continente africano;
• Formação de uma classe mercantil mais dinâmica que a velha nobreza feudal, facilitando a modernização da monarquia, com a Dinastia de Avis, após a revolução de 1385.
Além disso, a Europa, na época, atravessava um período de inovações técnicas. Através da influência árabe, foram divulgados e aperfeiçoados diversos conhecimentos: algarismos arábicos,bússola, pólvora, papel. Com a invenção de imprensa, esses conhecimentos ganhavam maior divulgação. A Espanha foi o próximo país a se lançar na expansão marítima. Ela procurou chegar às Índias navegando em direção oeste, partindo do pressuposto de que a Terra é redonda. Os dois países ibéricos entraram em divergência pela posse das terras encontradas pelo navegador Cristóvão Colombo, italiano, a serviço da Espanha. Em 1493, o papa tentou conciliar os interesses das duas nações católicas através da Bula Inter Coetera. Este documento estabelecia uma linha imaginária a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, como fronteira entre as terras espanholas e portuguesas. A Espanha ficaria com as terras a oeste e Portugal ficaria com as terras a leste dessa linha. Sentindo-se prejudicados, os portugueses não aceitaram essa divisão. A questão foi resolvida em 1494 com a assinatura do Tratado de Tordesilhas. Por esse tratado, a linha imaginária foi deslocada para 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo