PIM III
A formação da auto-estima tem sido um tema bastante discutido nos estudos das ciências humanas, em especial nas áreas de psicologia e educação, mas pouco focado como uma questão de saúde pública.
A partir dos resultados da pesquisa, discute-se a visão que os adolescentes têm de si, correlacionando-a com o nível de auto-estima, aferido baseando-se em uma escala de dez itens. Discute-se a ligação entre a auto-estima e diversas questões como o conhecimento e a valorização de si que estes jovens apresentam; a confiança que têm em sua força pessoal; a capacidade de almejar algo e de superar dificuldades. Seguindo esta linha de pensamento, é introduzido o conceito de resiliência, o qual irá permear a reflexão envolvendo violência e auto-estima.
O impacto que a convivência familiar produz na construção da auto-estima, bem como o modo como o jovem percebe e é percebido por seus familiares, são abordados por diversos ângulos. Desta maneira, consegue-se ter uma visão ampliada de como o relacionamento familiar e suas diversas nuances influenciam na construção da auto-estima. A obra traz de modo afirmativo, o quanto o envolvimento positivo da criança e do adolescente com seus cuidadores é considerado fundamental para esta construção. O desafeto e o desequilíbrio destas relações podem comprometer tanto o bem-estar geral quanto a saúde mental.
Apesar de não pretender inferir causalidade, mas sim promover associações entre os diversos fatores que contribuem para a formação da auto-estima, a obra conclui o quanto a baixa auto-estima gera sofrimento e atrapalha o posicionamento do jovem no mundo. Estes jovens tornam-se vulneráveis, demonstrando com freqüência, sentimentos de inferioridade e insegurança, com tendência ao isolamento. Com isto, tendem a doenças emocionais e comportamentos de risco, inclusive de vida, o que segundo as autoras, justifica não apenas um olhar, mas ações efetivas de saúde pública.