Pierre rosanvallon e a '' nova questão social''
No passado, o Serviço Social era completamente influenciado pela doutrina social da Igreja Católica. Absorvendo os princípios desenvolvidos por movimentos ligados à burguesia e à doutrina social católica, o Serviço Social desenvolveu-se na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, contudo, priorizou-se no Serviço Social a filosofia social, definida observando os parâmetros da Igreja Católica. Formular uma doutrina social para afirmar um estatuto social foi à forma encontrada pela Igreja Católica para abrir diálogo com a modernidade e assegurar a sua legitimidade social. O governo brasileiro, enquanto detentor do poder público cabia à responsabilidade de regular os excessos e promover uma vida digna à população, principalmente neste período conturbado da história do país com o crescimento dos grandes centros, o pleno desenvolvimento do Capitalismo e sua implantação no Brasil com a construção de fábricas, gerando no país um forte e expressivo êxodo rural, superlotando as cidades e continuando o mesmo processo de urbanização e deterioração do proletariado, como na Europa e Estados Unidos.
Ajudar e solucionar estes graves problemas da população carente, revoltada e oprimida transformou-se em questão política, pois inúmeras greves explodiram neste período. Assim o governo, juntamente com os burgueses brasileiros e a igreja Católica uniram-se para tentar sufocar a voz do povo, proporcionando "acalentos" para os trabalhadores e suas famílias, criando consensos, onde na ilusão de ajudar aos pobres estaria a solução para a crise.
Por se haver instalado os ideais comunistas e liberais no país, a igreja Católica viu seus valores sagrados como, a moral, a ordem e o poder ameaçados. Como ao Estado cabia à função de promover a paz e aniquilar a desordem nas relações sociais e o fantasma do comunismo ameaçava o capitalismo no Brasil, o Estado criou sindicatos, instituições assistenciais,