Pierre Bourdieu

1946 palavras 8 páginas
Pierre Bourdieu
Bourdieu analisa os meios de comunicação tendo em base a busca incessante destes pelo dinheiro e pela audiência, ou seja, só estão preocupados com a sua sobrevivência econômica e não com o conteúdo que eles apresentam ao publico.
Essa preferência do campo jornalístico por assuntos que renderão maior audiência e que não irão trazer problemas para ele (como processos e inimizades com pessoas poderosas) gera uma consequência social gravíssima, que pode criar cidadãos despolitizados e sem senso critico.
Bourdieu crê que é importante ir falar na televisão, mas sob certas condições. São elas: o tempo não ser limitado, o discurso não ser imposto – ser decidido livremente e poder ser mudado – e não ter ninguém para chamar a ordem, em nome do “publico que não compreenderá” ou em nome da moral, da conveniência e etc. Bourdieu diz que aceitar falar na televisão sem levar em consideração essas condições revela claramente que não se está ali para dizer alguma coisa, mas por outras razões, sobretudo para se fazer ver e ser visto. Ele diz que foi assim que a tela da televisão se tornou uma espécie de espelho narciso, um lugar de exibição narcísica.
A televisão é um instrumento que, teoricamente, possibilita atingir todo mundo. Devido a isso, Bourdieu diz que existem questões prévias a se fazer antes de falar neste instrumento: o que tenho a dizer está destinado a atingir todo mundo? Estou disposto a fazer de modo que meu discurso, por sua forma, possa ser entendido por todo mundo? Será que ele merece ser entendido por todo mundo? Pode mesmo ir mais longe: ele deve ser entendido por todo mundo?
Uma censura invisível
Bourdieu afirma que a televisão tem como contrapartida uma formidável censura, uma perda de autonomia ligada, entre outras coisas, ao fato de que o assunto é imposto, de que as condições da comunicação são impostas e, sobretudo, de que a limitação do tempo impõe ao discurso restrições tais que é pouco provável que alguma coisa possa ser dita.

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