Pierre Bourdieu
O documentário de Pierre Bourdieu mostra as ideias de uma figura intelectual muito forte que, a partir do diálogo, leva conhecimento para diferentes tipos de públicos. Ele acredita que a Sociologia é um instrumento para compreender o mundo, o comportamento dos seres humanos, as origens das violências simbólicas, as desigualdades e principalmente como reagir e se defender. Apresenta a Sociologia como um esporte de combate para a defesa. Aborda temas muito interessantes e faz esclarecimentos cruciais.
Um dos pontos que mais me chamou a atenção no filme foi a abordagem da desigualdade social. Bourdieu apresentou um fator extremamente interessante: O Capital Cultural. A desigualdade social se acentua cada vez mais através deste fator. O Capital cultural é a bagagem cultural que o individuo traz consigo. É tudo aquilo que se adquire ao longo de sua trajetória: os costumes, os comportamentos e a “boa vontade”(a disposição para dar aquilo que lhe é pedido). Tal capital é transmitido pela família, ambiente em que vive e recursos aos quais teve acesso, tais recursos são repartidos desigualmente, uns tem mais que os outros, o que só reproduz a desigualdade já existente como capital material. Outro ponto interessante da abordagem de Bourdieu é o da dominação masculina. O autor fala que essa dominação de gênero está incorporado em nosso capital cultural e chega a ser inconsciente. Em sua visão essa prática faz de vítimas tanto as mulheres quanto os próprios homens, uma vez que o nosso corpo (gênero) determinaria se seriamos dominados ou dominadores. O documentário é bastante esclarecedor, principalmente, sobre a definição e a prática da sociologia. A definição de Sociologia dada no começo do filme:
“Sociologia é o estudo científico dos fenômenos sociais entre os homens”, com a qual o autor não concordou, foi devidamente esclarecida por Bourdieu, que usa exemplos muito didáticos