Pichacão: Arte ou grito por espaco?

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No Brasil e no mundo, na grande maioria das vezes é vista como algo negativo. Nascida do mesmo meio do grafite, as ruas, observou sua irmã mais colorida se popularizar entre a sociedade, de modo que grandes grafiteiros como “Os Gêmeos” ou “Mundano” veem suas obras serem vendidas em leilões de luxo ao redor do mundo e são convidados a fazer intervenções em diversos espaços, como o castelo de Kelburn, na Escócia. Enquanto isso, a pichação é vista pela massa como uma expressão de marginais, relacionada com vandalismo e crimes ambientais, depredando o espaço privado. De outro lado, jornalistas e pichadores tentam mostrar outro viés da situação, apresentando o picho como um fenômeno advindo da exclusão social, questionando nossos padrões de arte, debatendo o espaço privado VS. Público.
Mas como podemos definir a arte? É apenas o que é bonito para si mesmo? É algo que reflete um momento histórico, ou uma manifestação não-verbal do que se sente? Ou algo que incomoda o estabilishment e tem forte função social? Podemos então não chamar o picho de arte?
Mesmo sendo um movimento das ruas, a pichação começa a conquistar parte da Academia internacional, já que letras do picho paulistano tem grande reconhecimento através de livros alemães, pois trabalham uma grafia totalmente diferente. Esse fato serve para nos motivarmos a olhar mais de perto ao fenômeno, buscando entender a posição das partes envolvidas.
Antes de tudo, devemos entender que a pichação é um código, na qual o repertório de relacionar as letras com seu significado é necessário. Cada letra e símbolo faz parte de um signo, na maioria das vezes entendível apenas por quem a fez ou por quem já está envolvido no processo de criação do mesmo. São sinais que na maioria das vezes passa em branco aos olhos da massa, mas que trazem a tona uma batalha por espaço, reconhecimento e até cooperação.
Para grande parte dos pichadores, além de embelezar a cidade, o picho serve para reafirmar a posição do jovem no

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