Piaget

“Os fenômenos humanos são biológicos em suas raízes, sociais em seus fins e mentais em seus meios.” Jean Piaget

“Para efeito, podemos distinguir dois aspectos no desenvolvimento intelectual da criança. Por um lado, o que podemos chamar de aspecto psico-social, quer dizer tudo o que a criança recebe do exterior, aprende por transmissão familiar, escolar, educativa em geral; e depois, existe o desenvolvimento que podemos chamar de espontâneo, que chamarei psicológico, para abreviar, que é o desenvolvimento da inteligência mesma: o que a criança aprende por si mesma, o que não lhe foi ensinado, mas o que ela deve descobrir sozinha; e é isso essencialmente que leva tempo.”
Piaget, J. Problemas de Psicologia Genética. Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1983.

De acordo com Piaget, a inteligência humana se desenvolve em cada indivíduo em função de suas interações sociais. Eis que daí surge os dois tipos de desenvolvimento que ele cita acima: o desenvolvimento propriamente psicológico da criança (desenvolvimento espontâneo), em oposição a seu desenvolvimento psico-social. O desenvolvimento espontâneo constitui a condição preliminar e necessária para o desenvolvimento do psico-social, pois para que um novo instrumento lógico se construa, é preciso sempre instrumentos lógicos antecedentes; ou seja, a construção de uma nova noção sempre necessitará de subestruturas anteriores. Por isso é necessário passar por todas as espécies de etapas das quais cada uma é necessária para a conquista da seguinte. Esse desenvolvimento gradual, feito por estágios e por etapas, é distinto por Piaget em quatro fases, a começar pela fase sensório-motora que vai do 0 aos 18 meses. Esta é a fase de inteligência anterior à linguagem. A linguagem é aliada ao pensamento, portanto supõe um sistema de ações interiorizadas e um sistema de