Piaget
“A inteligência humana somente se desenvolve no individuo em função de
interações sociais, em geral, demasiadamente negligenciadas” (PIAGET,
1967).
Piaget costuma ser criticado, por desprezar o papel dos fatores sociais no
desenvolvimento humano, porém seria injusto acreditar que tal desprezo
existiu. Pode-se dizer que Piaget não se deteve longamente sobre a questão,
contentando-se em situar as influências e determinações da interação social
sobre o desenvolvimento da inteligência.
Piaget (1977) defende que “não se pode negar que desde o nascimento,
o desenvolvimento intelectual é, simultaneamente, obra social do indivíduo”,
englobando tanto as tendências hereditárias que nos levam a vida em comum
e a imitação, como as relações “exteriores” dos indivíduos.
Para Piaget o ser social de mais alto nível é o que de forma equilibrada
consegue se relacionar-se com os seus semelhantes. A maneira de “ser social”
de um adolescente é uma, por que é capaz de participar de relações que
expressam um equilíbrio de trocas intelectuais.
Como visto, portanto, não se trata de traçar uma fronteira entre o social
e o não social, mas sim de, a partir de uma característica importante das
relações possíveis, entre pessoas com o grau máximo de socialização do
pensamento, comparar graus anteriores de socialização.
Resumidamente, para Piaget, a socialização possui vários graus.
Começa no grau zero, quando a criança é recém-nascida, até o grau máximo,
representado pelo conceito de personalidade. A personalidade significa,
portanto, o momento de autonomia do indivíduo, quando ele já superou o
egocentrismo e consegue estabelecer uma relação de trocas intelectuais
recíproca com os