Piaget e Vygotsky
A escola tradicional ensina os diferentes conteúdos como se as noções desenvolvidas só fossem verdadeiras se expressas em uma linguagem especial que contém alto nível de absorção. Os conceitos científicos são uma forma de sistematizar os conhecimentos acumulados ao longo dos anos e facilitar a comunicação e a troca entre indivíduos. Para que essa interação ocorra é preciso que haja assimilação por parte do aprendiz. O uso da linguagem técnica e da abstração é necessário. Porém, ele se reduzirá a uma espécie de ardil para a compreensão se não constituir o fecho de uma série ininterrupta de ações concretas, de colocação e teste de hipóteses. A verdadeira causa dos fracassos da educação formal, para Piaget, decorre do fato de se apoiar na aula expositiva, em vez de se fundamentar na ação real e concreta. Ensina-se a gramática pela gramática, ao invés de priorizar a produção de textos, ensinam-se regras de cálculos em detrimento da compreensão das operações envolvidas; exige-se a memorização de datas fatos históricos, sem a devida compreensão da dinâmica das relações capital/trabalho e das ideologias em jogo. O verdadeiro objetivo da educação não é saber repetir e conservar verdades acabadas. O verdadeiro conhecimento é aquele que se conquista, mesmo com o risco de despender muito tempo nisso e de passar por todos os caminhos e desvios que uma atividade intelectual real pressupõe.
Erros comuns na aplicação da teoria de Piaget
É preciso chamar a atenção para alguns erros que são comumente cometidos quando se tenta aplicar a teoria piagetiana ao ensino fundamental ou médio. O primeiro refere-se ao método ativo. Para Piaget, significa que o aluno deve ser chamado a elaborar, organizar e estruturar os conhecimentos. Ativo não é o mero uso de materiais concretos ou de uma infinidade de recursos audiovisuais. Isso seria simplesmente substituir o verbalismo da aula expositiva pelo das imagens. Ignora-se que o conhecimento é