Phelippe Arie
III
A Hora da morte
Recordação de uma vida
Segundo Philips Aries, até a época do grande desenvolvimento científico, havia uma crença bastante generalizada de que havia vida após a morte, e que esta idéia de continuação é comum a várias religiões. O que é fundamental na hora da morte é a idéia do julgamento final e a salvação da alma, surgindo à questão do paraíso ou do inferno.
Na sociedade medieval ocidental, dominada pelo Cristianismo, havia um aspecto sombrio relacionado à obediência de seus preceitos. Surge então, a representação do fim dos tempos, inspirando-se na idéia do Apocalipse. Aqueles que eram santos, ou estavam sob sua proteção, nada tinham a temer. Poderiam ser feitas orações e recomendações às almas, também no momento da morte.
Os cristãos dos primeiro milênio: depois da morte, como os sete adormecidos de Éfeso, eles repousavam esperando o dia a volta de Cristo. Sua representação do final dos tempos era, portanto a de um Cristo glorioso, tal como subiu os céus no dia da Ascensão, ou então como descreve o visionário do Apocalipse: “sentado num trono, erguido no céu e dali presidindo cercado na sua majestade por uma glória, um arco- íris envolvia o trono rodeado pelos quatros vivos alados, os quatros evangelistas e pelos vinte quatro anciãos”. Os homens da Alta