Peça júlio césar
O contexto em que a trama se passa, é marcada por uma república cesariana, em que a soberania encontrava-se na figura de César, situação que pode ser verificada no trecho de um de seus discursos, no qual ele afirma ser firme, como a estrela do norte, cuja essência constante e inabalável não encontra paralelo no vasto firmamento. Como é visto na doutrina de Bodin, a majestade soberana legisla sobre os súditos sem o consentimento destes últimos, e a soberania é característica essencial do poder do Estado, possuindo independência perante os poderes internos. Ou seja, César poderia agir sem o consentimento dos senadores e outros membro estatais, levando em consideração apenas sua opinião e vontade. Ademais, ele desenvolvia uma política de expansão territorial do tipo anexação, onde ocorre incorporação unilateral, sem fundamento num tratado, de um território alheio, no próprio território do Estado. Assim como hoje, o território constitui um dos alicerces estatais, representando o instrumento de validação da soberania da república, além de ser uma estratégia econômica, já que escravos e terras constituíam riqueza, e a forma de os grandes proprietários, e comerciantes romanos consegui-los era por meio de guerras e conquistas.
A trama é toda impulsionada pela disputa do poder do Estado, em que Cássio aspirando ao poder e invejando a magnitude de César, influencia Brutus – braço direito