Petroquimica
Enquanto a química derivada do carvão foi um subproduto da revolução industrial na Inglaterra e do restante do continente europeu nos séculos XVIII e XIX, a petroquímica é uma indústria com origem norte-americana, cuja história confunde-se com a pró-pria história do petróleo/gás, a partir da emergência da automobilística, dos plásticos e do padrão de consumo hegemônico nos Estados Unidos. A petroquímica moderna surgiu em 1920, tendo sido decisiva para a emergência da nova indústria a introdução nas re-fi narias de processos de craqueamento, segundo estágio no refi no do petróleo, que deram origem ao primeiro uso efetivo do eteno. A Segunda Guerra Mundial consolidou o emprego de derivados do petróleo e a forte expansão da petroquímica até a década de 1970, quando o declínio da oferta e a escalada dos preços do petróleo impactaram diretamente a indústria, já abalada por sobrecapacidade, pela escassez de matéria-prima e pela recessão econômica. Nas duas décadas seguintes, teve início a ampla reestruturação que perdura até os dias atuais, com reposicionamento de empresas por meio de fusões e aquisições e menor diversifi cação de grandes produtores químicos. Com efeito, a indústria petroquímica esteve afetada, de uma forma ou de outra, pela evolução da indústria do petróleo/gás, desde as mudanças geopolíticas com a constituição da Organiza-ção dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e as duas crises do petróleo, que deslocaram o controle de preços e produção para os países produtores, resultando em progressiva diminuição da participação dos países desenvolvidos em termos de reservas (ainda que concomitantemente ao seu aumento da produção e consumo) e redução do papel das empresas petrolíferas privadas diante da expansão das empresas nacionais de petróleo. Estas empresas, essencialmente estatais, detêm mais de 90% das reservas mundiais