Petição

Fragmentos da obra
Surfando na pororoca: o ofício do mediador
Autor: Luis Alberto Warat
Editora: Boiteux
Ano: 2004
Cidade: Florianópolis, SC

PARA APRENDER A SENTIR OS SENTIMENTOS E PARAR DE TEORIZAR SOBRE .....

“Nossa mente cria medos, ódios, ciúmes. Temos que impedir que esses sentimentos (que nos fazem sofrer) criem conflitos. Eles têm que ser vividos, temos que passar por eles sem criar problemas. Os sofrimentos devem ficar sempre na periferia de nosso ser, assim, evitamos fazer do sofrimento uma tortura contínua para nossa alma. O recomendável é sofrer sem interpretar, sem criar teorias em torno do nosso sofrimento. As teorias servem para esconder-nos do sofrimento e fugir da vida. Para não nos escondermos é preciso começarmos por ser autênticos, interior na raiva, na dor e no amor”.

“(...) se nós formos íntegros em nossa raiva, seremos íntegros quando a raiva desaparecer. Nós estaremos mediados.”

“Se formos falsos em nossa raiva, não poderemos ser reais em nosso silêncio. Toda tentativa de mediação estará fadada ao fracasso. As máscaras, muitas vezes, permitem enganar. De fora, parecerá o céu, mas dentro será o inferno. Estaremos fragmentados, tudo terá sido inútil. As coisas fragmentadas não podem desaparecer. A raiva fragmentada não desaparece integralmente. Na integridade, na totalidade, elas desaparecem”.

“Para mediar, como para viver, é preciso sentir o sentimento. O mediador não pode se preocupar por intervir no conflito, transformá-lo. Ele tem que intervir sobre os sentimentos das pessoas, ajuda-las a sentir seus sentimentos, renunciando à interpretação”.

“Os conflitos nunca desaparecem, se transformam; isso porque, geralmente, tentamos intervir sobre o conflito e não sobre o sentimento das pessoas. Por isso, é recomendável, na presença de um conflito pessoal, intervir sobre si mesmo, transformar-se internamente, então, o conflito se dissolverá (se todas as partes comprometidas fizerem a mesma coisa)”.

“O mediador deve