Pesquisa toxicomanias
1. Preâmbulo
O título é uma analogia a música composta por Geraldo Vandré[1] que ficou em segundo lugar no III Festival Internacional da Canção[2] em 1968: “ Pra não dizer que não falei de flores” ou “Caminhando” é considerada um hino de resistência contra a ditadura militar, que, à época governava o Brasil. Na época eu tinha sete anos, não conhecia esta música e só fui conhecê-la anos mais tarde. Foi preciso viver alguns episódios ocorridos em 1979, enquanto cursava o segundo grau e, logo depois, enquanto eu prestava o serviço militar obrigatório para compreender o que se passava (onde?). Percepção que não tinha sido possível durante meus anos de infância e adolescência, e anos escolares vividos após a edição do AI-5[3]. O que foi? Fez suspense... O que esse preâmbulo tem a ver com a construção do trabalho? Precisa articular melhor. O filme “O ano em que meus pais saíram de férias”, filme brasileiro estreado em novembro de 2006, co-Produção de Daniel Filho e Fernando Meirelles com direção de Cao Hamburger, particularmente pode ser considerado uma metáfora daquele sentimento de “quase compreensão”, uma possível ilustração dos pensamentos de uma criança sobre esses anos ditatoriais. Dois foram os motivos que me fizeram desenvolver esse projeto. O primeiro motivo está indicado na idéia de que os filmes são registros históricos e que, portanto, tem muito a dizer sobre as representações sobre as representações sociais de uma época. O segundo motivo está aos nossos interesses em dar continuidade aos estudos já desenvolvidos durante o mestrado. Ou seja, incide sobre esse projeto de doutorado assuntos relacionados à juventude, ao cinema e às toxicomanias.
2. Levantamento Bibliográfico A maioria das pesquisas sobre o consumo de drogas geralmente apontam para uma relação entre juventude e o uso de drogas, e os adolescentes costumam ser a população alvo dos programas de prevenção. Embora