Câncer infantil: enfrentamento da família O câncer é uma doença de grande magnitude, com alta prevalência e impacto social e rotineiramente tem sido associado a dor, sofrimento e morte. O incerto curso da doença afeta o doente e toda a família, que têm a vida irreversivelmente transformada pelos tratamentos e consequências impostas pela doença, podendo levá-los a um processo de desintegração familiar e social. Frente ao excesso de demanda decorrente da própria doença, algumas dificuldades são identificadas na família, como hospitalizações e viagens frequentes, as quais podem interferir na rotina e planejamento das atividades dos irmãos saudáveis, ou ainda, determinar que eles sejam deixados nas casas de parentes ou amigos. A experiência do câncer infantil pode acarretar em efeitos positivos aos irmãos das crianças doentes. Para alguns autores, eles passam a demonstrar maior simpatia por outras pessoas, desejo de proteger/cuidar do irmão doente, compreensão dos sentimentos das mães, responsabilidade e maturidade. Por outro lado, outras pesquisas revelam que os irmãos saudáveis são susceptíveis a desajustes, como depressão, raiva, ansiedade, culpa e isolamento social. O estresse do irmão saudável ocorre, em grande parte, devido à instabilidade emocional pela separação dos pais, medo e infelicidade. O diagnostico do câncer infantil é um processo complexo e muitas são as variáveis que parecem influencia·-lo. A detecção precoce e o pronto o início do tratamento tem importante papel na redução da mortalidade e morbidade do tratamento. O câncer atinge 10 em cada 1.000.000 crianças a cada ano, em todo o mundo, sendo que uma criança em cada 600 pode desenvolvê-lo durante a infância, porém hoje se sabe que dois terços desses cânceres são considerados curáveis, se o diagnóstico for precoce e o tratamento administrado for adequado ao tipo de câncer (Valle e Françoso, 1999). Desde a década de 1970, vem-se observando um