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A religião cristã tomou contato com a filosofia no século II da nossa era, se baseava desde seu início, no ensinamento dos Evangelhos, isto é, na fé na pessoa e na doutrina de Jesus Cristo. Os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Lucas e Marcos) anunciam ao mundo uma boa nova. Um homem nasceu em circunstâncias maravilhosas; ele tinha por nome Jesus; ensinou que era o Messias anunciado pelos profetas de Israel, o Filho de Deus, e provou-o por meio de milagres. Esse Jesus prometeu a vinda do reino de Deus para todos os que se prepararão para ela observando seus mandamentos: o amor ao Pai que está no céu; o amor mútuo aos homens, desde então irmãos em Jesus Cristo e filhos do mesmo Pai; a penitência dos pecados, a renúncia ao mundo e a tudo o que é mundano, por amor ao Pai acima de todas as coisas. O mesmo Jesus morreu na cruz para redimir os homens; sua ressurreição provou sua divindade, e ele virá de novo, no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos e reinar com os eleitos em seu Reino. Não há uma só palavra de filosofia nisso tudo. O cristianismo se dirige ao homem, para aliviá-lo da sua miséria, mostrando-lhe qual a sua causa e oferecendo-lhe remédio para ela. É uma doutrina de salvação, e é por isso que é uma religião. A filosofia é um saber que se dirige à inteligência e lhe diz o que são as coisas; a religião se dirige ao homem e lhe fala de seu destino, seja para que se submeta a ele.
No princípio era o Verbo; ele estava com Deus; tudo foi feito por ele; nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. Essa noção grega de Logos é de origem manifestamente filosófica, principalmente estóica, e já fora utilizada por Fílon de Alexandria (falecido por volta de 40 dC).
Helenismo e cristianismo acham-se, desde então, em contato. Quem absorveu quem?
Suponhamos que o helenismo tenha triunfado então: uma filosofia do Logos, que explica a formação do mundo pela ação desse supremo inteligível e, talvez até, veja