Pesquisa de pub.
STALIMIR VIEIRA
A Ignez, minha mãe, e Lúcio, meu pai, que me ensinaram os descaminhos da paixão e da utopia.
IN MEMORIAM.
"Ser feliz é viver morto de paixão.”
V i n í cius de Mor a e s
P r e f á c i o
As diretas da vida
ROBERTO DUAILIBI
O LIVRO do Stalimir trata de um tema que assusta as pessoas convencionais: a paixão. É esse sentimento que toma as pessoas, associado à criação de anúncios. Podem duas coisas aparentemente tão diferentes ser associadas?
Pode uma criatura humana condicionar-se para usar a paixão para produzir uma campanha, por exemplo, ou um slogan, ou um comercial de rádio?
A paixão não escolhe tempo nem lugar; ela pode tomar conta de você sem nenhuma explicação. Eu tenho um amigo, por exemplo, que se apaixonava por detalhes de garotas: "Ela tem uma pintinha no rosto que é uma graça"; ou "precisa ver os dois fios de cabelo castanho que brilham ao sol!”.
E há os Romeus e as Julietas, os Otelos e as Desdêmonas e as Dalvas de
Oliveira e os Heriveltos Martins.
Agora, imaginar que um sentimento tão poderoso seja aplicado ao trabalho, e que esse trabalho depois será submetido a um comitê no cliente, e que depois de publicado será julgado pelos colegas, e, não apenas isso, pelos consumidores, que respondem a pesquisas de recall e a estatísticas de vendas — só o Stalimir poderia imaginar.
Porque é preciso conhecer o Stalimir, para saber que ele levou a sério a frase do Gibran Khalil Gibran: "O trabalho é a imagem completa do mais perfeito amor". Qualquer que seja a tarefa na qual esteja envolvido, o Stalimir a toma como se a humanidade inteira dependesse dela. Ele é assim desde que nasceu (acho), desde que começou a trabalhar em publicidade na DPZ de Porto Alegre, quando foi um excelente redator na DPZ de São Paulo, e foi seguir seus caminhos na vida.
Lembro-me de um episódio que vivi com ele. Na eleição de Tancredo
Neves, ninguém dava a menor pelota para seu vice, José Sarney. E ele