pesquisa de história
A promessa feita por Clóvis a Nosso Senhor Jesus Cristo nos campos de Toul —“Se me concederes a vitória, crerei em ti e me farei batizar”— precisava ser cumprida. Clóvis estava disso consciente, e logo após dispersar sua tropa chamou um monge que vivia naquela região, a quem chamavam Vaast, e o encarregou de lhe ensinar a doutrina, que tinha já por verdadeira. O santo homem atendeu ao pedido do soberano, confirmando seus ensinamentos com um retumbante milagre: a cura de um cego durante o percurso do séqüito real de Clóvis até a cidade de Reims.
Chegando Clóvis a Reims, sua esposa Santa Clotilde providenciou que o grande São Remígio concluísse a catequese. Ouvindo a narração das atrocidades cometidas contra nosso Redentor em sua Paixão, Clóvis exclamou, num transporte de santa ira: “Ah, se eu estivesse lá com meus francos!”. Tal alma não necessitava de maiores provas, e o bispo limitou-se a ensinar-lhe as verdades fundamentais da Fé.
Restavam ainda obstáculos não pequenos a vencer. O povo franco venerava em Clóvis não somente o filho de seus reis, mas também o descendente de suas divindades. Quebrando tais vínculos “sagrados”, não deveria o monarca temer uma diminuição de sua autoridade? Quanto a isso, ele estava seguro de que sua fé não diminuiria sua ascendência sobre o povo.
Outro ponto deteve ainda sua reflexão. Ele tinha junto de si uma guarda pessoal, osantrustions, ligados à sua pessoa por juramento e obrigados ao devotamento mais absoluto. Entre eles e o rei tudo era comum, e como conseqüência seu Deus deveria ser também o deles. Aceitariam abjurar os falsos deuses que adoravam? O Espírito Santo conduzia os acontecimentos, e osantrustions, instados a se pronunciar, proclamaram em alta voz que aceitavam abandonar seus deuses mortais e reconhecer por Senhor ao Deus eterno pregado por São Remígio.
Fugindo à regra ordinária, que estabelecia fosse o batismo ministrado na Páscoa, fixou-se a Festa de Natal do ano 496