pesquisa de cultura antropológica - pipoqueiros do centro da cidade
Antes de escolher o objeto de estudo, tivemos a oportunidade de ir algumas vezes ao centro de Belo Horizonte com o intuito de observar as características gerais e grupos sociais presentes naquela região. Em uma dessas idas limitamos nossa área de estudo à Afonso Pena entre as avenidas Álvares Cabral e Amazonas. Nessa área, entre os grupos observados, se sobressaíram os vendedores ambulantes. Dentre esse grupo o qual era bastante amplo tomamos a decisão de focar nos pipoqueiros presentes nessa região.
O nosso objeto de estudo, que será tratado ao longo deste trabalho de pesquisa antropológica será, portanto, os vendedores ambulantes de pipoca que atuam na Afonso Pena entre o Palácio das Artes e a Praça Sete. A priori, esta categoria se mostrava homogênea. Em sua maioria, trabalhavam uniformizados, e havia uma padronização de seus carrinhos.
O local o qual trabalhavam tem como principais características um fluxo consideravelmente grande de pessoas, aparentemente das mais diversas classes sociais, desde moradores de rua até pessoas trajando ternos e roupas de grife. Essa pluralidade de pessoas convive socialmente todos os dias sem grandes choques culturais, devido ao caráter cosmopolita da cidade grande que se torna mais visível no centro. Outra grande característica dessa área é a visível pressa que toma conta de quem a frequenta, sendo possível passar despercebido pelos mais diversos grupos culturais. O grande movimento desse local não se limita às pessoas que tem suas vidas girando em torno daquele ambiente, este é também um local de extrema importância para ligar algumas áreas da cidade, logo é impossível não notar o enorme tráfego existente. É rota de vários ônibus além de ser passagens para os mais variados carros. Dessa maneira, em nossa análise, o centro se torna um local onde é evidente o difusionismo cultural, onde diferentes “tribos” se cruzam, e, mesmo inconscientemente, características de diferentes grupos sociais se chocam