Pesquisa 50 Anos
Dos últimos cinquenta anos até aqui não se pode pensar nos acontecimentos mais importantes do país sem a interferência, a cobertura, a influência e a presença da TV Globo.
TV Globo é sinônimo de poderio simbólico e econômico. Sobre o veículo de comunicação é preciso referendar duas prospectivas: construiu um padrão televisivo indispensável para as emissoras que a seguem dia após dia; por outro lado definiu-se como um poder paralelo ao povo, quando as questões mais importantes do país passaram a ser pautadas por um grupo de comunicação e não pela sociedade em si.
A TV Globo poderia ser personificada metaforicamente como uma jovem senhora de cinquenta anos, disposta a manter seu status simbólico dominante, produzindo efeito e sentido em todos aqueles que a veem e reconhecem sua preponderância. Evidente que a TV Globo não produz sentido o tempo inteiro e nem todas as suas ações são reprováveis. Não é possível esquecer dos grandes sucessos da teledramaturgia ou os telejornais gravados ao vivo em pleno horário nobre resultados de uma política padronizada de transmissão.
Em 1964, após o Golpe Militar, os generais necessitaram de um projeto de integração nacional baseado em ações propagandistas do regime e disseminado por um meio de comunicação. Não seria o rádio, embora este veículo fosse difundido em todo o Brasil. A televisão, no Brasil, tinha apenas quatorze anos de existência. A TV Globo nasceria um ano após a investida golpista contra o governo Jango. E seria ela a escolhida para exercer o plano de integração do regime militar através das ondas da TV.
Evidente que a TV Globo não abdicaria desta proposta. Como talvez nenhuma outra emissora teria de coragem de fazê-lo. Por necessidade de estabelecer suas metas, a TV dos Marinho ganhou espaço nos anos seguintes; construiu parcerias importantes, criou e recriou em diversas oportunidades suas influências políticas para obter concessões de transmissão. E sobre