Pesca de arrasto
Os recursos marinhos do litoral paranaense estão sendo dizimados por embarcações de pequeno e médio porte que praticam a pesca de camarão com arrasto motorizado.
A constatação é de pescadores artesanais, pesquisadores e dos próprios órgãos ambientais do estado. E a infração não é cometida apenas por barcos paranaenses, a maioria de Guaratuba. Frotas de Itajaí, Santa Catarina, e do litoral sul paulista, além de Santos, também estão vindo à costa paranaense para fazer a pesca predatória. Os pescadores empregam três modalidades de arrasto: portas, tangones e parelhas. A pesca por arrasto é feita com redes de malha fina, tracionadas por motores, que revolvem o fundo do oceano e capturam espécies em fase de desenvolvimento e a flora marítima, sem qualquer seleção. Em busca apenas do camarão, os pescadores descartam, de acordo com estimativa da Polícia Ambiental do Paraná, 70% do total capturado, lançando ao mar já mortos pequenos robalos, bagres, miragaias, siris e estrelas do mar. O arrasto é próximo às praias, contrariando determinações de órgãos ambientais e provocando a contaminação das praias. Animais marinhos de porte médio – como tartarugas e golfinhos – também são vítimas da ação, ao ficarem presos ou se ferirem nas redes. Legalizada para pescadores licenciados, a pesca do camarão por arrasto deve obedecer aos limites de distância. O Ministério do Meio Ambiente proíbe, no Paraná, a pesca de arrasto com portas a menos de 1 milha náutica (o equivalente a 1,852 metros). Para embarcações com capacidade superior a 10 toneladas, o limite é 1,5 milhas náuticas e a pesca pelo sistema de parelhas só deveria ocorrer a uma distância de no mínimo 5 milhas. Na prática, o que vem ocorrendo é o arrasto em distâncias menores de 250 metros da costa. O produto da pesca ilegal é comercializado nos mercados de peixes, onde o quilo do camarão é vendido por valores entre R$ 3 e R$ 5. O crime ambiental é intensificado com a chegada de turisatas nos