Período Literário do Realismo/Naturalismo no Brasil e Europa
Três movimentos literários floresceram durante a segunda metade do século XIX e penetram pelo século XX: O Realismo e o Naturalismo, na prosa; e o Parnasianismo, na poesia. Antes de se deter a uma divisão meramente cronológica, devemos fixar os caracteres específicos dos movimentos, seu estilo, suas concepções filosóficas, estéticas e poéticas, suas obras e seus representantes.Portanto o século XIX será uma grande encruzilhada de correntes literárias, recusando uma periodização precisa e uma nitidez de fronteiras entre os movimentos. Há, de fato, uma oscilação entre a subjetividade e a objetividade, que refletem tendências gerais da alma humana em diversos tempos, surgindo o Realismo sempre que se dá a união do espírito à vida pela objetiva pintura da realidade; e o Naturalismo sempre que se reage contra a espiritualização excessiva em prol do cientificismo. Resgatando a subjetividade ainda surgirá o Simbolismo no esforço por levar a literatura cada vez mais dentro da intimidade humana.
O espírito da época, a concepção da vida que dominou a geração do materialismo e lhe deu fisionomia espiritual típica foi: o culto da ciência e do progresso, o Evolucionismo (Darvin), o Socialismo (Karl Marx), o Determinismo (Taine), o Positivismo (Comte) e o contra-espiritualismo. O Naturalismo foi o movimento que deu formas literárias àquelas teorias.A poesia do final da década de 1860 já anunciava o fim do Romantismo; Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto faziam uma poesia romântica na forma e na expressão, mas os temas estavam voltados para uma realidade político-social. O mesmo se pode afirmar de algumas produções do romance romântico, notadamente a de Manuel Antônio de Almeida, Franklin Távora e