Pertinencia da arquitetura
arquitetura tropical andré luiz prado
carlos alberto maciel
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1. MESP, Atual. Palácio
Gustavo Capanema
Rio de Janeiro, RJ
mínimo denominador comum 1 a pertinência da forma e a poética da construção
A
pertinência da forma na arquitetura pode ser abordada de várias maneiras diferentes.
Interessa-nos aqui uma delas em particular: a pertinência climática e ambiental de uma arquitetura pensada para os trópicos. A discussão sobre o que sejam formas arquitetônicas pertinentes exige necessariamente um correto entendimento do lugar onde ela se situa e do qual ela é indissociável. Arquitetura pertinente é por definição arquitetura adequada, apropriada.
Não há, portanto, como analisar o que possam vir a ser os fundamentos de uma arquitetura pertinente para o nosso país sem considerar que ela deverá ser uma arquitetura pertinente a um país tropical, predominantemente quente e úmido. Isto pode parecer óbvio a primeira vista, mas no Brasil, a importação indiscriminada de modelos externos, produziu ao longo de nossa história e ainda produz largamente nos dias de hoje, exemplares de arquiteturas absolutamente inadequadas. E sua impertinência reside principalmente na sua incapacidade de considerar e por vezes até mesmo desprezar nossa realidade sob vários aspectos, e dentre eles o nosso clima.
A chegada da arquitetura moderna ao Brasil, entre os anos 20 e 30 do século passado, está intimamente relacionada à capacidade de alguns arquitetos notáveis, em especial Le Corbusier, em adaptar o vocabulário formal da nova arquitetura que estava sendo proposta na Europa aos climas quentes. Foi somente graças ao olhar atento sobre a tradição construtiva vernacular local que o arquiteto franco-suíço conseguiu pensar uma arquitetura consonante com os avanços técnicos e culturais daquele tempo e adequada ao clima quente e seco do norte da
África primeiramente e ainda ao clima quente e úmido da Índia ou do