pertório limitado de movimentos, os quais são de natureza involuntária, automática, sem propósitos definidos. A reatividade a estímulos auditivos, visuais, tácteis e dolorosos é reduzida ou abolida em relação à vigília, particularmente em fases de sono profundo, sendo necessário o aumento da intensidade do estí- mulo para trazer o indivíduo de volta à vigília, o que nem sempre é observado, mesmo sob estimulação intensa, particularmente nas crianças. Durante o sono, o indivíduo mantém-se de olhos fechados ou entreabertos e não mostra interação produtiva com o ambiente. Nestes termos, o sono pode ser visto como um estado similar ao coma, especialmente nos casos de coma de menor profundidade, em que não há comprometimento das funções cardio-respiratórias. Assim, o grande diferencial entre tais estados, à simples observação do ser que dorme, é a característica de reversão espontânea e mais ou menos programada ao longo do tempo do estado de sono para a vigília, o que não é o caso do coma. A evolução do conhecimento sobre o sono, tanto em âmbito experimental, quanto na prática clínica, foi possível a partir do domínio sobre o registro das ondas cerebrais através do EEG, o que permitiu a discriminação objetiva entre vigília relaxada e sono, bem como, entre os seus diferentes estágios. Tal conhecimento culminou, ao longo do século XX, com o desenvolvimento de registros poligráficos, valendo-se de outras variáveis funcionais além do EEG, para a documentação da fisiologia do sono e a melhor caracterização dos seus distúrbios, com o nascimento da Medicina do Sono. 2- DADOS HISTÓRICOS O primeiro registro das ondas cerebrais na superfície do crânio foi obtido pelo neuropsiquiatra alemão, Hans Berger, em 1929 (apud Niedermeyer E, 2005)1 , marcando o início da eletrencefalografia, que foi incorporada à prática clínica à partir de 1930. Berger já havia ressaltado as diferenças entre as ondas cerebrais registradas na vigília e durante o sono, no qual dominavam ondas lentas e de