Persuação e manipulação

Persuasão e Manipulação – Os dois usos da retórica
A retórica pode ser utilisada de duas maneiras distintas, uma considerada positiva, a persuasão, e outra considerada negativa, a manipulação. Apesar de estas duas estarem relacionadas com a retórica, são bastante diferentes.
Persuadir não é o mesmo que manipular. A diferença entre estes dois, está na intenção do orador. No caso da persuasão, o seu objetivo é provocar a adesão, fazendo apelo a fatores racionais e emocionais. Já na manipulação, o orador não dá importancia aos fatores racionais, fazendo apelo apenas aos fatores emocionais. A manipulação também é considerada como um discurso baseado em falácias, onde os argumentos são na sua maioria ilusórios.
Em conclusão, a retórica tanto pode servir para persuadir e convencer como para manipular e enganar.
Características da persuasão:
O bom uso da retórica.
Tenta levar-se o auditório a aderir a uma tese ou uma ação.
Não se impõe nada aos ouvintes, dá-se-lhes a liberdade para refletirem e decidirem individualmente.
O orador tenta ajudar a ultrapassar as limitações da racionalidade do auditório.
Os objetivos da argumentação são claros e estão definidos.
Estimula-se o espírito crítico e a autonomia de cada um.
Há uma relação de igualdade entre o orador e os ouvintes, estes são respeitados pelo orador, assim como este respeita a decisão dos mesmos.
Características da manipulação:
O mau uso da retórica.
É fazer com que os outros aceitem ou realizem algo contra os seus melhores interesses.
Há uma imposição, tentando evitar a reflexão e a liberdade de decisão dos ouvintes.
O manipulador tenta usar a seu favor, as limitações da racionalidade do auditório.
Há uma relação de desigualdade entre os dois, em que os ouvintes são usados como instrumentos pelo manipulador.
Os objetivos apresentam-se de forma confusa para que não suscite reflexão.
O manipulador tenta evitar o espírito crítico e desviar as atenções do próprio tema que se devia debater, tentando